THERE'S REALLY A WOLF

Tem 25 anos, é de Nova Jérsia e começou a escrever raps aos sete anos. Aos 14 compôs o seu primeiro beat e gravou a sua primeira música quatro anos depois, aos 18. Entre 2011 e 2014, lançou onze mixtapes, mas o sucesso só lhe bateu à porta quando, em 2016, assinou com a Columbia Records. O seu primeiro álbum de estúdio, There's Really a Wolf, foi lançado há menos de um ano, mas, antes disso, já os singles What They Want e Losing Control tinham chegado aos Billboard Hot 100 dos Estados Unidos. Falo de Russell Vitale, conhecido pelo nome artístico Russ, e do concerto fantástico que deu em Lisboa, no dia 7 de março.

foto: Raia Maria Laura

Começou a chover a potes por volta das três da tarde e, a partir daí, nunca mais parou. Mas nem isso assustou a multidão que, espalhada pelas várias portas da Altice Arena, esperava ansiosa pela hora de entrar. Isso só aconteceu às 19:30, ainda que o rapper tenha pedido várias vezes para nos tirarem da chuva, segundo o próprio. Quando começámos, contudo, o tempo passou a correr e o ambiente que se viveu dentro daquele recinto foi dos melhores que alguma vez vi! Na sua primeira vez em Portugal, Russ conseguiu juntar 13 mil pessoas que, durante hora e meia, cantaram com ele toda a setlist, saltando e gritando enquanto o faziam; a energia estava a pique e o cansaço de todas as horas de espera tinha ficado à porta!

O concerto começou com What They Want e They let us in the rap game, com toda a gente a cantar a uma só voz e a deixar estupefacto o rapper, que nunca esperava ter uma fan base tão significativa deste lado do Atlântico. Seguiram-se Do It Myself, Too Many e Waste My Time, e só depois é que se dirigiu a nós, sempre com o agradecimento e a emoção presentes na voz, enquanto, fascinado, nos dizia que aquele era, até à data, o maior concerto da sua carreira! Essa gratidão era evidente cada vez que se dirigia ao público, repetindo vezes e vezes sem conta que era incrível a quantidade de pessoas que ali estava, na sua primeira vez no país, ou simplesmente quando parava e ouvia a multidão cantar.



Depois, cantou Willy Wonka e deixou que os fãs portugueses mostrassem que não estavam lá apenas pelo álbum mais recente. Vieram depois Me You, Yung God e Cherry Hill, a fazer as delícias de todos os presentes. Russ tirou então mais uns minutos para se dirigir aos treze mil que ali estavam e é aqui que nos conta que tinha pedido que abrissem mais cedo as portas, repetindo, pelo meio, a sua gratidão e felicidade! Começou então Wife You Up e, mesmo depois de cantar toda a música com ele, o público português teve energia para, no fim, fazer um dueto acapella com o rapper, repetindo o refrão. Este foi o primeiro de muitos momentos semelhantes, cada um deles com uma energia melhor do que o outro! Era realmente fantástica a atmosfera que se tinha instalado na arena e a forma como cantor e público estavam unidos naquele momento ultrapassa qualquer descrição que possa fazer.

Seguiram-se Maybe, Pull The Trigger, Don't Flip e até a polémica Some Time, que não deixou de ser cantada a plenos pulmões, depois, vieram Got This e Don't Lie. Surge aqui outra pausa, em que Russ volta a mostrar o quão feliz estava por ali estar e promete regressar a Portugal, dando assim o mote para que se cantasse Back To You. O segundo momento acapella veio precisamente na música seguinte, Psycho, após o seu final; novamente, ter treze mil pessoas a cantar em uníssono é uma experiência arrepiante e que tornou o concerto ainda melhor. O rapper canta então Ain't Nobody Takin' My Baby, levando os fãs à loucura, e, de seguida, Ride Slow; é precisamente aqui que se passa aquele que foi, para mim, o melhor momento do concerto - Russ manda parar a música após um refrão e, todos juntos, repetimo-lo sem instrumental. À semelhança dos dois anteriores, um momento de uma magia indescritível e que só quero viver outra e outra e outra vez!


Entramos na reta final com Scared, que tem também direito a um momento acapella, e segue-se aquele que deve ser o maior êxito do rapper até agora - Losing Control. Segue-se então Goodbye, para marcar o final do concerto, com o músico a fazer questão de referir que se trata de uma história verídica, em que nem os nomes foram inventados! As luzes apagam, mas Russ não fica por aí!

Volta então ao palco, repetindo Do It Myself e dando um último momento de loucura aos fãs, que o acompanharam, cantando e saltando durante toda a música. Depois, num dos momentos mais emotivos e bonitos da noite, traz a mãe ao palco, apresentando-nos assim a sua pessoa favorita no mundo inteiro! O concerto termina com mais uma promessa de que regressará e nós, por cá, ficamos à espera! Obrigada, Russ, e volta depressa! 


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